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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Incrível...

...como uma simples ilustração me traz à memória (pobre, em mim) um turbilhão de sensações da minha infância.


Não sei bem porque, talvez por sonhar um dia em ser uma princesa, ou talvez até um prenúncio de que teria um sono muito leve enquanto adulta, mas a verdade é que este conto está fortemente gravado nas recordações (breves e ténues) da minha infância.

Hoje, nem sei bem como, fui descobrir a capa do livro "A Princesa e a Ervilha", da autoria de Hans Christian Andersen, com ilustrações de Felicitas Kuhn. Senti um aconchego e felicidade tal por relembrar aqueles tempos que não consigo começar a descrever. Bons tempos!

Reproduzo aqui a história e espero conseguir encontrar este livro (senão no sótão dos meus pais, pelo menos num alfarrabista qualquer) para ler a uma pequena princessa um dia!
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"Era uma vez um príncipe que queria casar com uma princesa — mas tinha de ser uma princesa verdadeira. Por isso, foi viajar pelo mundo fora para encontrar uma, mas havia sempre qualquer coisa que não estava certa. Viu muitas princesas, mas nunca tinha a certeza de serem genuínas havia sempre qualquer coisa, isto ou aquilo, que não parecia estar como devia ser. Por fim, regressou a casa, muito abatido, porque queria uma princesa verdadeira.
Uma noite houve uma terrível tempestade; os trovões ribombavam, os raios rasgavam o céu e a chuva caía em torrentes — era apavorante. No meio disso tudo, alguém bateu à porta e o velho rei foi abrir.
Deparou com uma princesa. Mas, meu Deus!, o estado em que ela estava! A água escorria-lhe pelos cabelos e pela roupa e saía pelas biqueiras e pela parte de trás dos sapatos. No entanto, ela afirmou que era uma princesa de verdade.
— Bem, já vamos ver isso — pensou a velha rainha. Não disse uma palavra, mas foi ao quarto de hóspedes, desmanchou a cama toda e pôs uma pequena ervilha no colchão. Depois empilhou mais vinte colchões e vinte cobertores por cima. A princesa iria dormir nessa cama.
De manhã, perguntaram-lhe se tinha dormido bem.
— Oh, pessimamente! Não preguei olho em toda a noite! Só Deus sabe o que havia na cama, mas senti uma coisa dura que me encheu de nódoas negras. Foi horrível.
Então ficaram com a certeza de terem encontrado uma princesa verdadeira, pois ela tinha sentido a ervilha através de vinte edredões e vinte colchões. Só uma princesa verdadeira podia ser tão sensível.
Então o príncipe casou com ela; não precisava de procurar mais. A ervilha foi para o museu; podem ir lá vê-la, se é que ninguém a tirou.
Aqui têm uma bela história!"

Adaptado do conto original  

1 comentário:

Ana Almeida disse...

Maninha, também eu me lembro vagamente desta princesa. :-) Gostei muito da história! Bjokas!!!